Textos registrados em nome de Fabbio Cortez

PEQUENOS TRECHOS DO OPÚSCULO
"DIGA ALGUMA COISA!"

Atenção à Lei 9.610/1998 — Lei de Direitos Autorais! Material registrado.

Anseio por um outro progresso. Impossível acatar a cultura imposta. A cultura que é falta de cultura. A civilização que aí está apodreceu. Quem é do bem está falido de esperança, a ambição e o egoísmo desmontaram a lei do que deveria ser, prevalece a lei do mais forte, ou lei imediata, do desatino, da indiferença, do pseudo-humano. Tudo lei ruim.

Observe ao derredor e cultive um juízo. Você está bem? Estou bem? Ninguém liga. A história de tantas guerras desencadeia-se dos grandes egos das pessoas pequenas. E a guerra pode ser mundial, devida a territórios ou religiões, ou entre vizinhos, a disputarem o carro menos velho, a roupa menos barata, muitas vezes à custa de prestações a perder de vista e da míngua do próprio pão.

O que há pelo mundo é doença. Fomos pegos. Contaminados. O resto é ver televisão para distrair-se, ou colar os olhos noutras telas "sociais", ou quem sabe pular um pouco com uma musiqueta ordinária que qualquer um comporia. Tanto faz, um curativo sujo na ferida chamada "povo que não pensa".


Abandonaram minha memória muitos acontecimentos importantes. Viajaram disfarçados, mudaram de nome, com certeza, e nunca mais deram notícia. Talvez tenham morrido. Para mim, ao menos, morreram.

Outros, ao contrário, triviais, fincaram a bandeira de sua insignificâcia nestas cabeças desequilibradas, mantendo-se a custo sobre nossos pescoços doloridos de tando dizer não a nós mesmos sem alongar-nos.

Sim, lembro-me, com a luz de um meio-dia sem nuvens na mente, por exemplo de quantos imbecis, imaginando fazerem-no escondidos, zombaram, e zombam, de nós somente por gesticularmos um pouco exagerados.

Ou porque falamos algum tempo mais que os falsos espíritos superiores, mancomunados em parecerem normais, eles, estes, riram, riem? Ora, onde foi parar a misericórdia entre irmãos, que, se não o são, deveriam tentar parecer como fossem.

E era, e é, apenas nossa expressão sem maldade alguma!

Quantos sem nenhum talento, quantos sendo o máximo que poderiam na vida, e, ainda assim, tão escassos, apoucados demais, quantos destes riram-se, e riem, de nossa nobreza ingênua.

Coitados.

De nós? Não, deles! No final... coitados! com aquela barulhenta fantasia cerebral, achando de verdade ser umas atenções quaisquer o aplauso da vida para eles. Peçamos chorando aos Céus por tais idiotas. Temos de amar a todos. Os idiotas disfarçdos de normais, iguais... puxa, também estes. Temos de amar. Lembro-me bem de que temos de amar. Uma lembrança dessas triviais.



Não, não são todas. Mas algumas tradições me enervam. Aturo tradições inteligentes, porém não traições à inteligência.

Mecso — polemista meio nervoso



Se quero dizer "não" e, constrangido, não consigo, afasto-me. Fujo. Sumo. Deixo de passar por ruas só pra evitar contato. Perco logradouros, diminuo minha liberdade de ir e vir de propósito. Isso não é amizade. A "amizade" foi-se. Foice nela. E também não tenho estômago de encarar o ser. Fujo. Escorrego. Desapareço. E, caso haja instistência, viro bicho, de vítima passo a vilão num piscar de olhos. Aí já nem é mais foice, repito, repito até a voz acabar: qualquer vestígio de simpatia (perdoe-me mais este lugar-comum) foi-se.

Mecso — polemista, com a foice afiada da fuga contra gente esquisita



Epitáfio de quase todos
se fosse escrito com sinceridade depois de certo tempo:

                  AQUI JAZ
quem pouca ou nenhuma falta faz

Mecso – polemista realista (pseudônimo de Fabbio)



Um homem sem autocrítica, que não se repensa e não busca com constância se aprimorar moralmente e no respeito a si mesmo e aos outros é indigno de ser chamado de homem.

(Nem precisava explicar, mas — a fim de não correr o risco de desencadear a mínima dúvida a algum leitor distraído — deixo claro utilizar-me da generalização linguística machista somente para forçar uma brincadeira com as palavras e TALVEZ dizer algo verdadeiro. Aqui, obviamente, onde se lê "homem", leia-se "ser humano" — seja do sexo masculino, feminino ou de qualquer outra aptidão entre os dois "gêneros". Pois também (e até) a mulher tem de ser muito "homem" para, como dizem, "cortar na própria carne").



Evite esperar dos outros o que quer que seja... Seja!
Em geral também somos "os outros" para os outros.



Preconceito

Pode parecer lugar-comum, mas de fato descobri ter preconceito contra preconceitos. Basta esforçar-se para ser somente um pouco menos obtuso: jamais aceitarei ser um completo idiota. Completo idiota, não!
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Liberdade de pensamento

Este tema merece nossa ponderação, pois trata-se de um direito nosso, consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Este direito, entretanto, muitas vezes é violado. Caso famoso é o do escritor indiano Salman Rushdie, que se refugiou em Londres por ter ousado escrever o livro "Versos Perspícuos", obra amaldiçoada pelos eclesiásticos muçulmanos, fato que condenou o autor à morte lá pela década de 1990.

Num texto do escritor Malba Tahan, em "Lendas do Céu e da Terra", ele registrou: "Nunca te arrependerás: De teres freado a língua, quando pretendias dizer o que não convinha. De teres pensado antes de falar. De teres perdoado aos que te fizeram mal. De teres suportado com paciência faltas alheias. De teres sido cortês e honesto com tudo e com todos." Intelectuais de muitos países são ainda presos por terem ousado pensar com liberdade.

Entenda-se entretanto: isso não quer dizer que possamos fazer o que quisermos, pois estamos sob leis e não podemos ultrapassar o limite alheio. Não foi o caso de Rushdie, pois ele escreveu seu livro, mas... lia quem quisesse. A questão ética deve ser levada em conta, óbvio, podemos pensar o que quisermos, mas não incutir nossa maneira de viver a todos — pois que isso nem é possível -, obrigando a outrem a concordar com nossa filosofia de vida. Dessa forma, viva e deixe viver, porém respeitando a todos.



O artista

Carta-ensaio do sarcástico Mecso enviada a si mesmo, como autoinfluenciador artístico-filosófico


Após mais uma noite sem dormir, chego a algumas conclusões:

1. Somente quem vive seu sonho mais profundo pode ser feliz (do contrário, pode-se pensar ser feliz, mas é apenas um ludíbrio psicológico, a fim de evitar pensar em coisa que não presta);

2. Existem somente duas classes de pessoas no mundo: a de artistas e a de não artistas (mas veja: ninguém é superior a ninguém, seja de que classe social for, são apenas pessoas construídas diferentemente);

3. O artista sabe que é artista e ponto final (esteja ele no nível em que estiver, seja-lhe outorgado este título ou não, seja ele reconhecido pelo chamado grande público ou não, por um público cativo ou não, esteja até vivendo em ostracismo total, ainda que por vontade própria — mas, neste último caso, sem deixar de desenvolver sua arte);

4. A arte tem o poder de transformar infelicidade em felicidade.

Logo:

1. Tanto o artista quanto o não artista que vivem seus sonhos são, por que o vivem, felizes;

2. O artista que vive seu sonho, ao contrário do não artista &mdash, mesmo um artista sem muitos recursos finaceiros, ou miserá.vel que seja — é feliz, haja vista a arte enganar lindamente até a fome (pois a pior fome é a artística, e, se o artista vive seu sonho, se precisar morrer de fome física, morre feliz);

3. O artista que venha a ter filhos não artistas, mas vive seu sonho, é feliz, ainda que seus filhos não o sejam, pois a arte suplanta qualquer infelicidade, ainda que seja ver um filho infeliz;... será? nisso tenho minhas dúvidas...

4. O não artista que venha a ter filhos artistas e não vive o próprio sonho, pode não ser feliz, mas chega perto da felicidade, pois seu filho vive seu próprio sonho e, portanto, vendo o filho feliz, a mágica da arte o faz também feliz;

5. O não artista que tenha filhos também não artistas, como não sabe o que é ter arte no sangue, vai vivendo, e, se vive seu sonho, é feliz; se não o vive não é. Se o filho vive o sonho, o pai é feliz; se não o vive, o pai também não é;

E assim vai:

6. O artista filho de artista está com tudo, de todo modo, ainda mais se o pai é bem-sucedido e rico; que aí as portas se abrem como mágica. Além disso, um entende a situação do outro (que a arte está acima de dinheiro, do caramba todo; e que dinheiro é somente a consequência de viver o sonho artístico);

7. Agora, amigo, o artista filho de não artista, e ainda sem recursos, está condenado a ser triste, a não ser que ganhe na joça na megassena (que, se alguém não acreditar que é possível jogar de 1 a 6 e ganhar, pela probabilidade não há como crer que pode ganhar, jogando números aleatórios). Ou então que queira ser pagodeiro ou tenha talento para o futebol (e, ainda assim, um dentre um milhão consegue alguma coisa, é estar no lugar certo na hora certa, com as pessoas certas, aquela velha história).

8. O artista, ainda que seja um artista menor, e que tenha enveredado na vida não artística por necessidade, é infeliz, mais que somente triste... a empurrar a vida acreditando que pode jogar de 1 a 6 na megassena e ganhar, como foi dito (tipo em "O homem que copiava" — você já assistiu a esse filme?).

Obrigado por me ouvir (quer dizer: ler!) Já que não dormi mesmo e vou ter que me arrumar daqui a pouco a fim de dirigir meu eu lírico àquele trabalho não artístico para me "desastisticar"... vou ali tomar um café...

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O carioca da zona sul com o suburbano; e povo do primeiro(?!) mundo com o da zona sul carioca assim como com o suburbano (título complexo, mas sem complexo)


O tal do "preconceito" é uma praga generalizada, enraizada no útero do âmago intrínseco do eu-interior do raio que o parta de toda a "família" humana.

Estava eu em plena Manhattan, na fila do elevador do Empire States, por volta da meia-noite, e tentava gastar meu inglês titubeante (meu cunhado diz que sou um excelente gago em inglês) — pombas, também não pratico a inglesice... fazer o quê?

Bem, voltando ao assunto: estava eu lá, no meio daquele pessoal de tudo quanto é país e idioma a visitar o edifício mais famoso do mundo. Paguei a taxa de subida e, no saguão, enquanto aguardávamos todos nossa vez, conversa vai, conversa vem, fui me entrosando (mesmo com meus cabelos meio grossos, mas com meus olhos verdes e pele branca azeda, acho que consegui passar por algum europeu mestiço ou algo que o valha). Fato é que havia uma turma de professores (e professoras) com vários alunos (e alunas) e consegui fazer logo amizade: e eu soltava "My english is not very good for a fluent conversation, sorry..." E eles: "It's ok, we get you, friend...". Simpatizaram comigo e aquela coisa toda. Ai tive a infelicidade de perguntar o tal do "Where are you from?", e, tudo bem, cada um dizia sua origem desenvolvida: Canada, Deutschland, France, etc. Então, obviamente, veio a contrapartida, perguntaram de onde eu era e respondi com a maior ingenuidade: "I'm from Brazil, from Rio de Janeiro". Qual foi minha surpresa: a maioria fechou a cara pra mim de imediato; uns mais bonzinhos disfarçaram e foram se afastando de fininho. Senti-me humilhado: "Puxa", pensei, "sou limpinho, educado, ouço música erudita, sou formado, trabalhador, moro no Rio, cidade importante (eles nem sabiam distinguir zona sul de subúrbio, e nem pensaram na possibilidade de eu ser rico ou pobre).

Pois é. Então, aqui mesmo no Brasil, quando estou em eventos da zona sul e digo que fui criado em Bento Ribeiro (que aliás é terra de Xuxa Meneghel e Ronaldo Fenômeno) e que ainda moro no subúrbio, alguns seres estranhos (risos) de beira do mar me olham admirados, meio parecido como quando me olharam lá na Grande Maçã... Pô, e às vezes tem gente da zona sul do Rio mais ferrada de grana que eu. E tem mais: ninguém conhece Madureira, mas quando chega a época do carnaval, só falam da Portela, da importância musical de fulano e beltrano: em cinco dias, o subúrbio vira cult. Bateu a quarta-feira de cinzas, os elegantes dizem: "Madureira? Não sei onde fica, não..."

Fantasia: dez, nota dez!





Autossabotagem

Todos defendem que precisamos ser guerreiros para enfrentar a vida. O cotidiano é gigante impiedoso, insensível, de fato intolerante. Mas as lutas com nossos oponentes interiores — traumas e frustrações lá de outrora, medos escondidos nos recônditos de nosso inconsciente —, tornam-se ainda mais difíceis de vencer. A rotina hipnótica, destruidora, e as verdadeiras tsunamis no trabalho, na família e nas relações sociais, tudo isso não é fácil de administrar, tem de se ter a cabeça no eixo. Senão nossos nervos estouram. A autossabotagem, entretanto, pode vir a ser o maior perigo para nossa vida, desencadeando consequências imensuráveis em nossa psique e atingindo, não só a nós, mas as pessoas que amamos. Por isso, perdoe-se sempre. E procure, com calma e inteligência, pôr os pingos que faltam nos is de sua história.



Aceitar-se

Se você está tendo a impressão de rejeitar a si mesmo, é sinal de que precisa mudar algo. Nesta vida efêmera, aceitar-se e entender-se é primordial, mais ainda do que aceitar e entender as outras pessoas. A vida tem de ser usufruída agora, pois somente o momento presente é real. Ficar preso nos erros do passado traz enfermidades psicológicas perigosas para o hoje, e motivar isso é um equívoco sem tamanho. Sendo mais direto: é uma tolice, uma infantilidade. Somos integrais, construídos de fracassos, é verdade, mas também de algumas realizações positivas. Examine sua existência com cuidado, com otimismo, pondo na cabeça as coisas boas que a vida pode lhe oferecer. Contemple o milagre que é ser você, criatura única neste planeta fantástico. Ria, alegre-se, seja seu melhor amigo. Viver, afinal de contas, não é tão difícil assim. Pare de ficar se comparando a outras pessoas que você julga mais bem-sucedidas que você; todo mundo tem problemas, não há exceção. Compare-se a si mesmo, vença-se, olhe para o futuro com ânimo e chegue lá.

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A tempo (um poe—menos)


às vezes quase esqueço
que a paz,
rapaz,
realmente não tem preço

vieste em guerra com ardis,
pensei fazer mas não o fiz,
pois de fato por um triz
não quebrei o teu nariz!



Uma pequena palavra mal-pensada pode desencadear grande amargura. E tem gente digna do Guinness em lançar pequenas palavras mal-pensadas. É pra entrar para o livro dos recordes? Tem gente inigualável nisso. Fenomenal nisso. Insuperável nisso. É isso.



Café morno esquentado não é café requentado. Morno não é frio, é quase quente. E a temperatura é momentânea. Relacionamentos não têm a ver com o que a Bíblia diz concernente a Deus vomitar quem esteja morno. Mornidões são breves, simplesmente algo contra o que se deve lutar. E mudar: um café morno leva bem menos segundos para esquentar que um frio. O morno ainda faz parte do rol da quentura. Coisa de momento, o morno.



Iguais? Pois sim... Caso te destaques – o mínimo que seja – ou faças algo mais ousado ou bem-sucedido em relação a seus "iguais", prepara-te psicologicamente: alguns destes buscarão de algum modo denegrir tua imagem, a fim de aliviar a frustração inconsciente por ver tua coragem de romper a zona de conforto em que o grupo se encontra aprisionado. Mas compreende-os: pensamentos um pouco mais amplos obviamente não podem caber em mentes pequenas.

Mecso – polemista pau da vida com gente idiota (pseudônimo de Fabbio)



Para as pessoas julgadoras e jogadoras de maldade em geral, tenho algo a dizer, coisa leve, só uma singeleza:

Meta-se com sua vida, pedaço de nada; cada um tem seus motivos! Volte a si..., hipócrita! E, se não gostou, peça aos Céus para que eu não enxergue seu espírito lamacento!

Mecso – polemista e livre-pensador revoltado com seres humanos pouco humanos (pseudônimo de Fabbio)



Dinheiro, cartaz, se saudáveis, se algo proveitosos, tudo bem, vamos lá: todo mundo deseja melhorar, dar uma levantada... (Cada um escolha a ductibilidade de seus grilhões). O que acontece é que, quando sem limite ou com objetivos sem objetivo, viciam, cegam a alma, viram troféu infantil, comparaçõezitas pueris. Puxa, você é uma pessoa adulta, sabe ser e não estar... Ou não? Evite ser mais que idiota, então, putz! idiota já está de bom tamanho! Pois sua arrogância, vaidade e ambição transbordantes não pegam bem, não combinam bem com a fugacidade de todos nós, ô pessoazinha enviesada! não combinam bem com a brisa vã que somos todos nós, ô gentinha cretina!
...ô ser menor, reforço, ô ser feito de pequenez, tome jeito!
Tome jeito, abissal pessoinhazinha!

Mecso



Os sujos, bicho,
fazem do bra(zil)
verdadeiro lixo!


Mecso



Toda futilidade é ridícula. Perdoem-me os ridículos, iludidos acerca dessa questão; mas que vocês são ridículos são.


Mecso (pseud. de Fabbio)


Quebrar tudo


       Quebrar tudo!
Essa é a melhor forma de expressar minha arte
Expressar arte à flor da pele
Nervos destroçados, desequilíbrios bravos
Desconjuntamentos eternos
Dizer coisas imperdoáveis a quem ama
Pensamentos não admitidos nem em meio a infinitas labaredas
Esgoelar-se por dentro, mastigar o âmago
Sair à rua e encher a cara de bebida sem álcool
Chutar o ar, fazer inimizades gratuitas
Passar por ridículo
Correr perigo de vida
       Quebrar tudo!
Melhor modo de expressar minha arte
Minha arte, quebrar tudo
...!!! Ahhhhhhhh!

       Mas passam umas horas
       Às vezes minutos:
       ...!!!
       ...!!
       ...!
       ...

É...
É

(Mecso)
[...]