Textos registrados em nome de Fabbio Cortez

PEQUENO TRECHO DO OPÚSCULO
“VIVA A LEITURA!”

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Leia para sonhar




A criança leitora terá, quando adulta, mais inteligência e refinamento para defender-se de ofensas que porventura lhe dirigirem. Saberá usar o silêncio na hora certa: isso também é ser inteligente. Parece que, quanto mais palavras dominamos, mais bom senso temos para usá-las.

Sempre há um pouco de nós nos livros clássicos. Se uma obra literária permanece viva é porque conseguiu estabelecer em si mesma a verdadeira essência humana.

Não há leitor com um bom livro nas mãos que se sinta totalmente solitário. Quando lemos um livro interessante e mergulhamos na história, fazemos parte dela. Solitude é estar com seu próprio "eu", e — ainda mais lendo — é aperfeiçoar-se no fluxo das ideias, no vocabulário, no pensamento crítico. Esforce-se em ler mais.

Quem lê mais livros de bom nível em idade tenra expande a mente. E tende a entender-se melhor quando adulto.

Certos personagens podem se tornar mais próximos de alguns leitores que muitas pessoas de sua convivência.

Os bons livros são ótimos lugares para se passar uma temporada.

Ler os grandes autores é meio se tornar como eles.

Em algumas obras ficcionais, parece haver personagens mais parecidos conosco que nós mesmos. Teria algo a ver com o que quereríamos ser? Teria a ver com nossos sonhos mais intrínsecos?

Um bom livro é aquele que nos faz meditar. E isso gera tal liberdade criativa que nos proporciona fundir-nos à profundidade de nossa alma, muitas vezes desconhecida de nós mesmos.

Quem lê intensamente jamais fica velho. Ao menos na mente. Esse é um dos segredos da juventude perpétua. Da mente perpétua.

Aprecio tanto estar numa grande livraria ou biblioteca que, ainda que não abrisse um livro sequer — ato impensável —, o conjunto de lombadas distribuídas nas prateleiras para mim já consistiria em belíssima obra.

Não pegue num livro muito bom na hora de dormir. A não ser que possa acordar bem tarde no dia seguinte. Um livro interessante faz a gente sonhar acordado.

Li tantas vezes estes livros... Eles se me tornaram quase um outro coração e um novo cérebro, irrigados com o sangue intuitivo da Arte.

Com os olhos se lê. Também com as mãos, graças ao Braille, é possível fazê-lo. Ou com os ouvidos. Se eu não enxergasse, não ouvisse e não tivesse as mãos, tenho certeza de que Deus me ajudaria a desenvolver um modo novo de aventurar-me na leitura, fosse com o olfato, com o paladar... Ah! e eu abusaria do sexto sentido.

O homem — de modo geral — é sua biblioteca.

Dê-me um bom livro e será meu amigo. Talvez para sempre. Quem sabe lhe perdoe as piores afrontas.

Se o livro não houvesse sido inventado, talvez eu fosse um dos homens mais tristes do planeta. Em contrapartida, se me tivesse sido dado o privilégio de tê-lo inventado, eu seria com certeza o homem mais feliz de todos os tempos.

Há livros que nos dão tanto prazer como viagens de férias a outros países. Com uma diferença: estas custam cem, duzentas vezes mais que aqueles.

Ler é uma espécie preciosa de poder. Ler faz um homem importante. O que faz um homem importante? Tenha poder. Seja importante. Leia!

Quer aborrecer um bibliófilo, perder seu respeito? Deixe de devolver-lhe um livro querido, ou um que seja difícil de encontrar.

A leitura de um livro adequado tem o poder de aliviar o mais triste coração.

Eis um momento magicamente simples e simplesmente mágico: examinar livros com calma tomando um café expresso numa grande livraria.

Livros são esconderijos seguros contra as feras da ignorância.

"Leia, rapaz, leia que é legal", disse tristemente o juiz a um jovem condenado.

Em vez de matutar sobre bobagens (ou caso aconteça de algum pensamento estranho tentar invadir-lhe a alma), troque o canal da mente e leia um livro ouvindo Bach. Ou qualquer outra música que faça bem a você.

O amor aos livros é uma corrida sem linha de chegada. Então, quem ama ler tem de se contentar com o percurso, escolhendo as melhores paisagens, apreciando-as com calma.

Um livro bem escrito é como um raio de tempestade: ilumina, chama-nos a atenção, rapidamente se esvai e, no final, é um estrondo.

Ser um grande escritor pode não ser para qualquer um. Mas qualquer um pode ser um grande leitor e dividir intimamente com o primeiro suas transcendências.

Dominamos um pequeno percentual de todo o vocabulário existente no idioma. E é o bastante: não é a quantidade de palavras o que importa para falar e escrever de modo digno.

Após terminar um livro de categoria, sempre sentimos algo mudar para melhor dentro de nós. Nem que seja somente um pouco, está lá o avanço, uma luzinha a mais.

Ler é viver outras vidas, habitar novos mundos. Então somos todos os personagens do mundo, ou melhor, dos mundos.

Um livro de valor é um livro de valor: não importa o gênero da obra nem do leitor.

Bem pequeno, antes de aprender as letras, lembro-me bem de inventar histórias com as figuras dos gibis comprados para mim por meu pai. Aquilo já era um tipo de leitura, pois envolvia a viagem de um coração puro e livre. E ler, de verdade, é isso.

A verdadeira democracia só pode existir para o povo que lê de tudo.

Leia-se nos bons livros.

Quando presenteio alguém com um livro, não estou cumprindo somente uma tradição, escolhendo uma lembrança aleatoriamente, coisa assim; estou realizando algo do mais profundo de meu coração.

Quem diz "Não gosto de ler!" nunca aprendeu a ler de fato. Infelizmente é uma verdade, pois deve cansar não conseguir acompanhar o fluxo e as pausas de um texto escrito, como fazemos naturalmente no pensamento ou ouvindo um audiolivro por exemplo. Isso pode ser sanado, entretanto. Se é seu caso, melhore sua leitura, invista nisso, procure ajuda, e passará a gostar de ler. Acredite. Experimente. Vale a pena.

No céu das Letras há de tudo: enciclopédias, dicionários, romances, novelas, contos, ensaios, crônicas, poemas, notícias, citações, tratados, anúncios, placas de sinalização, bulas de remédio, e-mails, bilhetes colados na geladeira, etc. Et cetera: todos somos leitores. A diferença está somente na vontade de voar e na altitude que cada um deseje alcançar.

Que leitor nunca foi o herói de uma boa história? Que leitora nunca foi a protagonista de um livro surpreendente?

Para o bibliófilo, o simples fato de manusear livros de papel proporciona-lhe grande prazer. Comprá-los, folheá-los, sentir-lhes o cheiro, escrever o nome neles. Mas, ao anular o paradigma e nos entregar à leitura de um e-book bem escrito, acabamos por notar que o importante afinal de contas é a qualidade do texto, o poder que ele tem de emocionar, de ensinar algo, ou de fazer rir, em suma, de transformar os sentimentos ou a visão do mundo. Não importa o formato, a questão é acostumar-se à novidade, nada mais. E — não sei, não — é bom sermos flexíveis, pois o danado do futuro já chegou há tempo.

Leia para sonhar.




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